segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

CONFIRA OS RESULTADOS DO PROJETO "DAS TERRITORIALIDADES TRADICIONAIS ÀS TERRITORIALIZAÇÕES DA AGROECOLOGIA..."

 O projeto "Das territorialidades tradicionais às territorializações da Agroecologia: saberes, políticas de natureza em comunidades rurais tradicionais do Paraná", coordenado pelo Prof. Dr. Nicolas Floriani (UEPG/CASLA) e financiando pelo CNPq,  encerrou suas atividades oficialmente em dezembro de 2020. 

Convidamos você, nesse sentido, para que conheça os objetivos e alguns resultados positivos do projeto, também relatados em vídeo pelo Coordenador do Projeto.



OBJETIVO

Este projeto buscou compreender em que medida a Agroecologia pode servir de dispositivo promotor de autonomias socioambientais em comunidades rurais tradicionais, isto é, que dimensões (tecnológicas, organizacionais e simbólicas) desse modelo produtivo alternativo poderiam mobilizar capacidades socioecológicas (patrimônio biocultural) de territórios/estabelecimentos familiares para produzir alternativas locais de/ao desenvolvimento rural. A ideia foi elaborar indicadores de potencialidades organizativas/produtivas condizentes com as realidades locais que pudessem apontar para a importância das dimensões social, econômica e cultural na adoção de novas tecnologias e como elas podem ou não induzir os sistemas socioterritoriais a novos arranjos locais e regionais entre os atores (academia, poder público municipal, organizações sociais), ressignificando as estratégias por construção de autonomias. 


ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO E A FORMAÇÃO DE REDES ASSOCIATIVAS LOCAIS 

Em termos de formação de redes acadêmicas e de atores sociais regionais, o projeto possibilitou o desenvolvimento de novos arranjos institucionais regionais entre atores públicos (prefeituras), universidades, comunidades , ONGs e agentes públicos de extensão rural e ambiental. 

Para tanto, a rede de atores locias e regionais (Academia, agentes públicos municipais, ONGs e comunidades) buscou trabalhar juntamente com agricultores e agricultoras faxinalenses, quilombolas, caiçaras e e famílias de agricultores tradicionais dos Municípios de Imbituva, Ponta Grossa, Imabú, Pontal dedo Paraná e Rebouças. 

O grupo de pesquisa Interconexões e seus parceiros institucionais (CASLA, IEEP, COODESAFI, ASAECO, UEPG, IFPR-Paranaguá, IFPR-Irati, UNICENTRO-Irati, AS-PTA, Prefeituras Municipais de Imbaú, Rebouças,  Imbituva, técnicos da EMATER  de cada município, o então Instituto Ambiental do Paraná)  procuraram compreender os aspectos da vida cotidiana dos estabelecimentos familiares. 

Os diagnósticos buscaram evidenciar  a capacidade de organização da comunidade, a existência de lideranças que trabalhavam anteriormente com agroecologia, o empreendedorismo de mulheres e jovens agricultores, a intenção positiva com as agências públicas municipais - principalmente no tocante ao auxílio ao acesso a circuitos alternativos de comercialização (ex. feiras regionais), e acesso à transporte para o escoamento de produtos. Isto é, que fatores seriam determinantes para o sucesso da adoção desse modelo produtivo de base ecológica. 


OUTROS RESULTADOS IMPORTANTES

O projeto coordenado pelo Prof. Dr. Nicolas Floriani (UEPG) que constitui também o Programa de pesquisa e extensão UNITINERANTE (Universidade Itinerante dos Direitos Humanos, da Natureza, pela Paz e o Bem Viver, coordenado pela Casa Latinoamericana (CASLA) - produziu resultados importantes do ponto de vista científico como sociais.

Em termos científicos, a pesquisa permitiu a elaboração de indicadores e parâmetros inovadores para a região do centro-sul paranaense no que tange ao processo de territorialização de projetos alternativos, condizentes com a sociobiodiversidade regional. Tais resultados foram publicados da na revista internacional POLIS, sob o título "Ecologia das práticas e dos saberes para o desenvolvimento local: territórios de autonomia socioambiental em algumas comunidades tradicionais do centro-sul do Estado do Paraná, Brasil".

Ademais da formação de uma rede de atores locais na Região dos Campos Gerais e Centro-Sul do Paraná, a valorização de práticas produtivas tradicionais (agrobiodiversidade local) e de novas práticas produtivas agroecológicas (agrofloresta, agricultura orgânica e meliponicultura convergiram em esforços para a criação de uma Marca (selo) de produtos de origem geográfica e de circuitos alternativos de comercialização. 

O projeto encerra-se apenas formalmente, mas os resultados e os esforços de constituição de uma rede regional de famílias agroecológicas tradicionais continuam no projeto "Núcleo de Estudos e Capacitação Socotécnica em Agroecologia de comunidades rurais tradicionais em Territórios Faxinalenses do Paraná".

domingo, 20 de dezembro de 2020

TERCEIRO DIA DE CAMPO DO NEA – TERRITÓRIOS FAXINALENSES: TROCA DE SABERES NA U.R. FAXINAL CHARQUEADA DOS BETIM, IMBAÚ – PR

No último domingo, 29 de Novembro de 2020, foi realizado o Terceiro Dia de Campo do Núcleo de Estudos e Capacitação Sociotécnica em Agroecologia de Populações Tradicionais em Territórios Faxinalenses (NEA - Territórios Faxinalenses). O encontro ocorreu na Unidade de Referência Agroecológica Faxinal Charqueada dos Betim, sob responsabilidade de Diego Betim e sua esposa Jocimara Betim, localizada no município de Imbaú.

Estiveram presentes na reunião os integrantes do Grupo de Pesquisa e Extensão Interconexões - Nicolas Floriani (UEPG), Gustavo Bahr (PPGG-UEPG), Cleusi Bobato Stadler (PPGG-UEPG),  Bruna Santos (PPGG-UEPG) e João Nilton Andrade (UEPG), além dos agricultores agroecológicos da Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar de Ivaí (COODESAFI) - Lucas Bilek, Genésio Maiczuk, Natan Emiliano Maiczuk, Antônio Silvestre Leite, Paulo Ricardo Leite, Denisvan Alves, Evanilda Ienke Rogetski, Sheila de Quadros Gonçalves, Sindy Lorrana Ribeiro e sua Presidente Claudia Regina dos Santos.

O Dia de Campo teve início com a apresentação das pessoas presentes. Na sequência, Diego relatou o histórico da propriedade e sua trajetória dentro da meliponicultura (criação racional das abelhas sem ferrão – ASF). Posteriormente, foi desenvolvida uma oficina de elaboração de ninho - isca para captura das ASF. Na oportunidade, Diego pode demonstrar como faz o atrativo e todo processo, que utiliza materiais recicláveis e tem tido bons resultados, sobretudo relacionado à espécie jataí.



                                      Foto 1 – Elaboração de ninho – isca


                                        Foto 2 – Elaboração de ninho – isca


                                      Foto 3 – Ninho – isca sendo instalado


A atividade seguinte foi uma caminhada guiada pela área de faxinal, onde os “visitantes – parceiros” do projeto puderam conhecer um pouco mais sobre a vivência da comunidade. Nessa atividade foram abordadas questões políticas e culturais, observou-se aspectos da flora e fauna local, além de como é instalada e coletada as iscas com os novos enxames. Ainda, foram plantadas diversas mudas de erva mate entre o faxinal, atividade econômica relevante que caracteriza essa importante comunidade tradicional do estado do Paraná.


                                        Foto 4 – Caminhada pelo Faxinal


                                        Foto 5 – Caminhada pelo Faxinal



     
  Vídeo 1 – Técnicas de meliponicultura



                                               Foto 6 – Troca de saberes

   

                                               Foto 6 – Troca de saberes



                                             Foto 8 – Plantio de erva mate



                                             Foto 9 – Plantio de erva mate



                                           Foto 10 – Plantio de erva mate



                                          Foto 11 – Plantio de erva mate


Após o almoço ocorreu o momento cultural, com a dupla Diego e Marcelo Betim, animando os presentes com diversas canções com violão e gaita. Posteriormente, a doutoranda Cleusi Bobato apresentou aos agricultores uma proposta de agenda de campo, importante documento para os trabalhos relacionados a agroecologia, e também falou sobre as sementes crioulas, que também estão sendo inseridas no Faxinal Charqueada dos Betim.


                                         Foto 12 – Diego e Marcelo Betim



                                            Vídeo 2 – Diego e Marcelo Betim



                                             Foto 13 – Sementes crioulas


Ainda durante a tarde, foi apresentado o projeto para o poder público do Município de Imbaú. Nessa oportunidade o prof. Nicolas explanou sobre as principais características do Projeto NEA para o vereador Davi (e recém eleito vice prefeito) e a profa. Rena (recém eleita vereadora), os quais simpatizaram com a questão, sendo um importante passo nessa parceria.

Outro momento de extrema relevância no dia foi a aula dada por Dona Nica a respeito das plantas com finalidade medicinal. Dona Nica, além de seu amplo conhecimento com as plantas medicinais, também é benzedeira na comunidade.



 Foto 14 – Dona Nica relatando sobre o uso das plantas medicinais

O encerramento ficou por conta da atividade conduzida por Diego, onde esse demonstrou uma transferência de enxame de jataí de um ninho – isca para uma caixa modelo INPA. Nesse momento os presentes puderam observar toda estrutura que compõe o enxame, com os potes de mel, anéis de cria e ainda a identificação da rainha.


          Foto 15 – Transferência de enxame de jataí da isca ninho para caixa



           Foto 16 – Transferência de enxame de jataí da isca ninho para caixa



         Foto 17 – Transferência de enxame de jataí da isca ninho para caixa


Nosso agradecimento à todos os agricultores que se deslocaram de Imbituva. E um agradecimento especial aos anfitriões da família Betim, Diego, sua esposa Jocimara e a pequena Lívia, Dona Nica, Seu Pedro e o gaiteiro Marcelo. O nosso muito Obrigado!



Vídeo 3 – Todos pela agroecologia!


Por Gustavo Bahr





Segundo Dia de Campo em Unidade de Referência Agroecológica de Sete Saltos de Cima - Itaiacoca, Ponta Grossa.

 Foi realizado no sábado, 24 de outubro de 2020, o Segundo Dia de Campo do Núcleo de Estudos e Capacitação Sociotécnica em Agroecologia de Populações tradicionais em Territórios Faxinalenses (NEA Territórios FAxinalenses).


O encontro de troca de saberes e sementes foi realizado na Unidade de Referência Agroecológica de Antônio e Cida Ostrufka, localizado na comunidade de Sete Saltos de Cima, Distrito de Itaiacoca, no município paranaense Ponta Grossa. 


Presentes à reunião estavam os integrantes do Grupo de Pesquisa e Extensão Internconexões - Nicolas Floriani (UEPG), Cleusi Bobato Stadler (PPGG-UEPG),  Bruna Santos (PPGG-UEPG) - os agricultores agroecológicos da Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar de Ivaí (COODESAFI) - Antônio Silva, Genésio Walkzuki, José Eloir Scheidt, Natan E.Maizuk, Lucas Bilek, Dionei Santana, Antonio Silvestre Leite, Paulo Ricardo Leite e sua Presidente Claudia Regina dos Santos; os agricultores agroecológicos da Associação Solidária para Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) - Antônio Ostrufka e Cida Ostrufka, e o engenheiro agrônomo e professor do Colégio Agrícola de Palmeira, Odair de Oliveira, e Jairo Bufoliski da Prefeitura Municipal de Imbituva.



Participantes do Dia de Campo, cujo traslado foi possibilitado com o auxílio da Prefeitura Municipal de Imbituva, parceira do Projeto.


A primeira atividade do dia consistiu em realizar uma dinâmica de grupo em torno da Cartografia Participativa do Sistema Produtivo da Unidade de Referência Agroecológica, o que permitiu ao grupo entender o histórico de produção em cada parcela, as limitações da qualidade produtiva das terras, bem como um inventário da agrobiodiversidade local, da qual destacaram-se os adubos verdes de verão e de inverno e os microorganismos eficientes do ecossistema florestal.





Em destaque, produto da fermentação dos microorganismos eficientes da terra do capoeirão da U.R. Agroecológica.




Em destaque, fermentação de substrato de arroz por microorganismos eficientes de solo do capoeirão da U.R. Agroecológica.


A segunda atividade consistiu na turnê guiada às parcelas do estabelecimento agrícola, onde foram realizadas observações das propriedades físicas, morfológicas e biológicas das terras cultivadas  conforme manejo agroecológico.





Observações dos atributos biofísicos e morfológicos das terras da UR Agroecológica de Sete Saltos de Cima - NEA Territórios Faxinalenese. Exposição do Eng. Agrônomo Odair de Oliveira



Após o almoço agroecológico, o grupo reuniu-se sob o teto do Galpão de Estudos e Treinamento em Agroecologia da U.R., onde os agricultores deram as notas aos solos observados, de acordo com os parâmetros considerados na prática anterior.



Dois assuntos importantes também foram discutidos no Galpão: a dependência às tecnologias de produção agroindustrial e a criação de circuitos alternativos de comercialização.




No que tange à questão da busca pela autonomia em relação às tecnologia e ao mercado, enfatizou-se a necessidade premente de se fortalecer parcerias em rede para trocas solidárias de sementes crioulas e de adubos verdes. 


No tocante à questão das sementes crioulas, destacou-se a parceria com a ASP-TA e Coletivo Triunfo com o NEA Territórios Faxinalenses (NEA - TF) , quando da iniciativa de doar sementes crioulas de milho, feijão e de algumas hortaliças. 


A doutoranda Cleusi Bobato Stadler (PPGEO-UEPG), pertencente à Rede de Guardiões de Sementes do referido Coletivo, enfatizou a necessidade de trocas e reprodução dessas tecnologias sociais entre os agricultores no sentido de estruturar o Banco de Sementes Crioulas da Rede criada pelos atores integrantes do NEA-TF.




Igualmente importante foi a intervenção da Presidente da COODESAFI, Claudia Regina dos Santos, que destacou a necessidade de dar publicidade ao projeto e aos seus parceiros institucionais para que juntos possam demandar de legisladores municipais e estaduais ações concretas de desenvolvimento rural ligados à promoção de políticas publicas includentes da agricultura familiar. 


A presidente da COODESAFI cita, especificamente, a questão da apropriação da lei estadual que determina a obrigatoriedade da utilização de alimentação orgânica para merenda escolar de escolas públicas do Paraná, bem como outros mecanismos de incentivo à produção orgânica a partir de políticas de subsídio à produção e comercialização.


Nesse desafio, cabe à rede de atores agroecológicos pressionar os agentes políticos locais e regionais para garantirem a inclusão de grupos de agricultores familiares em transição à agroecologia nesse conjunto de  políticas públicas, sob a pena de que estas sejam controladas pelos grandes empresários da área do agronegócio que têm se apropriado de tecnologias agroecológicas (e orgânicas) de produção para fins exclusivamente comerciais.


É uma realidade que o mercado tem se apropriado dessas tecnologias, seja produzindo insumos ou alimentos. No entanto, defendemos a ideia de que a agroecologia deve ultrapassar uma racionalidade estritamente econômica, abrindo-se às especificidades culturais, ecológicas e sociais de cada território, de onde emergem - de baixo para cima e conjuntamente com diversos atores regionais -  projetos alternativos ao desenvolvimento rural.



Para finalizar o Dia de Campo, foram expostos os equipamentos e mudas de erva-mate comprados pelo Projeto NEA Territórios Faxinalenses com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e cedidos à UR Agroecológica. 




Por Nicolas Floriani

27 de outubro de 2020


DIA DE CAMPO EM UNIDADE DE REFERÊNCIA AGROECOLÓGICA - FAXINAL DOS GALVÃO, IMBITUVA, PARANÁ

 No dia 12 de setembro de 2020 realizou-se o Dia de Campo do "Núcleo de Estudos e Capacitação Sóciotécnica em Agroecologia de População Tradicionais em Territórios Faxinalenses". 

Com a amorosa recepção dos agroecologistas Antônio Silvestre Leite e Janete Leite, a comitiva do projeto chegou à Unidade de Referência Agroecológica da Comunidade remanescente faxinalense  dos Galvão, no município de Imbituva - Paraná.





Presentes à reunião estavam os integrantes do Grupo de Pesquisa e Extensão Internconexões - Tainá Bobato (PPGECEM-UEPG), Gustavo Bahr (IFPR/PPGG-UEPG), Cleusi Stadler (PPGG-UEPG), Bruna Santos (PPGG-UEPG) - os agricultores agroecológicos da Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar de Ivaí (COODESAFI) - Antônio Silva, Genésio Walkzuki, José Eloir Schmidt, Natan E.Maizuk, Aparecida Teixeira e sua Presidente Claudia Regina dos Santos; os agricultores agroecológicos da Associação Solidária para Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) - Antônio Ostrufka e Cida Ostrufka, e a engenheira agrônoma do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Simone Miara.




A primeira atividade do dia de campo consistiu na turnê guiada pelo estabelecimento familiar dos Leite. A linda casa de madeira da família albergava os companheiros e companheiras agroecologista e também, em sua varanda, mirador da paisagem serrana da localidade, um condomínio de abelhas nativas.

Antônio Silvestre, Janete e seu filho Paulo habitam-cuidam (ressalta-se esse binômio tão significativo das práticas camponesas) de um território do Bem Viver, que nos inunda de esperanças e de uma utopia da reciprocidade e que almejamos nesse projeto, em tempos de individualismo e pandemia generalizados.





Um estábulo de vacas leiteiras, uma pequena horta, e campos sulcados para o plano do milho, em meio a nascentes protegidas por bosques serranos, testemunham o trabalho árduo e amoroso  de se cultivar a terra, as plantas e criar os animais: remédios caseiros à base de fitoterápicos, o cuidado com as minhocas que fazem o importante trabalho alquímico da compostagem, e o húmus sagrado, fruto precioso e rica substância da vida que irá a alimentar a terra da mandala agroecológica nos convidaram a imergir nesse mundo profícuo de coletividades pulsantes. Com esse coletivo, família, terra, plantas e animais fomos encantadoramente agraciados!!!



Sob as árvores nativas que consagravam o palco de conversas, iniciamos nossas atividades. Testemunhos de luta e esperança de agricultores orgânicos da COODESAFI, de experiências de amor pela terra e pelas sementes crioulas da ASAECO, e da mandala agroecológica da engenheira do IDR, fomos em comunhão incorporando os princípios das vidas agroecológicas. 

Uma árvore de conceitos sobre as dificuldades e sobre as alternativas agroecológicas foi coletivamente construída. Construído também foi o laço solidário ente os atores sociais presentes que iniciam este projeto do Bem Viver Coletivo que nos impulsiona pensar e praticar o compartilhar do patrimônio camponês gestado em territórios rurais do Paraná tradicional.













Por Nicolas Floriani

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Grupo de Pesquisa Interconexões apresenta os resultados de Parceria entre Projetos

O Coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão Interconexões, Dr. Nicolas Floriani apresentou, no mês de março de 2020, o Relatório de Resultados e Produtos do também coordenador do projeto de extensão do Programa Universidade Sem Fronteiras (edital SETI/USF, 2018) "Sistema participativo de certificação socioambiental da agrofloresta faxinalense: da diferenciação à qualificação dos produtos de comunidades rurais tradicionais do Paraná".

O referido projeto teve como finalidade dar prosseguimento aos resultados do projeto de extensão USF de 2016 "Selo socioambiental “produtos da agrofloresta faxinalense”: capacitação sociotécnica e empoderamento jurídico para a inclusão social e geração de renda em comunidades rurais faxinalenses do Paraná" que tem como objetivo promover a valorização da cultura de comunidades rurais tradicionais do centro-sul do Paraná por meio da criação de uma marca de origem geográfica dos produtos derivados dessas populações, de maneira a permitir gerar uma renda complementar em circuitos alternativos de comercialização.

A síntese do relatório do primeiro projeto USF de 2016 encontra-se no blog do GPInterconexões, no seguinte endereço . Destaca-se também que o projeto também possui um sítio eletrônico onde podem ser visualizadas algumas atividades desenvolvidas.

Destaca-se que o projeto "Sistema participativo de certificação socioambiental da agrofloresta faxinalense..." foi executado simultaneamente a outro projeto em vigência gestado pelo GPInternconexões intitulado "Das territorialidades tradicionais às territorializações da agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em comunidades rurais tradicionais do Paraná" financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por meio do edital CNPq Universal 2016. Essa convergência simbiótica de esforços e objetivos provindos de ambos projetos produziu resultados positivos, como poderá ser conferido conforme o relatório resumido que segue abaixo.



RELATÓRIO 
- PRINCIPAIS INFORMAÇÕES -


No que tange à Ações desenvolvidas pelo Projeto, temos os seguintes detalhamentos pontuados a seguir:

  • AÇÃO 1. ETNOGRAFIA DOS SABERES E PRÁTICAS TRADICIONAIS DA AGROBIODIVERCIDADE REGIONAL
Por meio da realização de diagnósticos rurais participativos das comunidades beneficiárias e da técnica da observação participante a equipe da universidade sem fronteiras, em colaboração com o Grupo de Pesquisa-Extensão Interconexões (UEPG) foi possível realizar: mapeamentos participativos dos recursos agroflorestais (floresta manejada, quintais agroflorestais e lavouras faxinalenses) e principais produtos utilizados pelas comunidades faxinalenses de Sete Saltos de Baixo - Ponta Grossa e Marmeleiro de Baixo - Rebouças) e duas comunidades remanescentes de faxinais (CRF-Q): Sete Saltos de Cima - Ponta Grossa e do Palmital Dos Pretos - Campo Largo.
O diagnóstico permitiu a caracterização e sistematização das seguintes práticas socioterritoriais locais, tas como diagramas e calendários da organização social e econômica (estratégias de manejo e uso dos recursos florestais frente as capacidade produtivas); turnês guiadas (etnocaminhadas) e levantamentos etnobotânicos, traduzidos em:
  1. Inventário dos Saberes e Práticas de manejo da floresta comunitária, dos quintais agroflorestais e da lavoura (roça) nas comunidades beneficiárias; 
  2. Inventário do Sistema de Organização Social e práticas de solidariedade: laços de compadrio com a existência de três modalidades de relações sociais: 1. de troca de dias de trabalho; 2. Troca de produtos; 3. mutirões de serviços.
  3. Identificação das principais lideranças comunitárias;
  4. Identificação de Redes de Atores Locais e Regionais Usuais e Potenciais;

AÇÃO 2. INCENTIVO À FORMAÇÃO DE REDES LOCAIS E AGENTES INTER-INSTITUCIONAIS

Esta ação possibilitou a formação de redes interinstitucionais de colaboração - entre Organizações Sociais, Agentes Públicos (Municipais e Estaduais) e Comunidades -, conectadas pelo Projeto.
Em escala Local, entre famílias de comunidades vizinhas beneficiarias, a inserção no projeto de acadêmicos do Interconexões (UEPG), doutorandos do PPGEO (UEPG), possibilitou a vinculação de seus respectivos projetos de pesquisa aos objetivos do Projeto USF, resultando em:
  1. Fortalecimento da Marca (Selo da Agrofloresta Faxinaleses) e de novos engajamentos de Estabelecimentos Familiares das CRF-Q de Sete Saltos de Cima e Palmital dos Pretos, tal Rede de Atores Locais em comunidades tradicionais familiares foi doravante denominada pelo Grupo de Pesquisa Interconexões como Rede Sapê: Saberes agroecológicos de permanência, do qual passou a colaborar o Centro de Educação e Treinamento em Agroecologia (CETA);
  2. Incentivo à criação de Redes de Trocas de Saberes e Sementes Crioulas e Criação de um Banco de Sementes no CETA, por meio do incentivo à reinserção de produtos da Agrobiodiversidade Regional (sementes crioulas de lavouras temporárias - roças de toco) e plantas herbáceas medicinais de quintais e hortas;
  3. Implantação de Novos Sistemas Agroflorestais em onze estabelecimentos familiares em duas comunidades tradicionais (CRF Sete Saltos de Cima e CRFeQ Palmital dos Pretos). Tal ação deriva de uma cooperação entre Projetos de Pesquisa (Edital Universal CNPq, 2017) e o Projeto USF, a aparte da qual pôde-se incentivar a articulação com o CETA para o estabelecimento de uma unidade agroecológica de referência na região. 
Em escala Regional, ligando comunidades locais, agentes públicos e organizações sociais  destacam-se as seguintes redes fluidas de cooperações incentivadas pelo Projeto:
  1. Entre Organizações Sociais e Comunidades Tradicionais: Casa Latino-americana (CASLA); a Associação Solidária de Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) e as comunidades beneficiárias; O Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP), Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA); a ASPTA e as comunidades beneficiárias deste Projeto.
  1. A CASLA, por meio de seu Projeto de “Unitinerante: Universidade ItInerante pelos Direitos Humanos, da Natureza, pela Paz e Bem Viver”,em cooperação com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), permitiu potencializar a articulação e engajamento das comunidades tradicionais mencionadas entre as Instituições de Ensino Superior do Estado, comunidades, agentes públicos municipais e estaduais, dando maior visibilidade, legitimando e fortalecendo as cooperações estabelecidas. A inserção das comunidades beneficiárias deste Projeto USF  na Rede UNitinerante, possibilitou uma forte cooperação entre a Secretaria de Agricultura do Município de Rebouças (SAMR) e as comunidades beneficiárias (Salto e Marmeleiro de Baixo), o que resultou em promoção de oficinas de capacitação técnica em processamento de alimentos da agrofloresta faxinalense no Centro de Distribuição e Beneficiamento de Alimentos da Prefeitura de Rebouças. Não obstante, em que pese algumas reuniões estabelecias desde a primeira edição do projeto em (2017 e 2018) e uma reunião em setembro de 2019, no âmbito do Projeto Unitinerante (CASLA-SETI), em Itaiacoca, evidencia-se ainda uma fraca e inexpressiva cooperação entre a Secretaria de Agricultura de Ponta Grossa (SAMPG) e comunidades;
  • A ASAECO, por sua vez, promoveu a articulação das lideranças comunitárias locais com a UEPG, promovendo feiras locais de trocas de saberes e produtos no CETA. 
  • A ASPTA teve destacada importância na promoção de feiras regionais, onde foi possível apresentar estandes dos produtos da Agrofloresta Faxinalense e divulgar a marca.


1.2 CARTILHA SOBRE OS MODOS DE PRODUZIR E HABITAR DAS COMUNIDADES BENEFICIÁRIAS FAXINALENSES E REMANESCENTES DE FAXINAL 
  • Esta ação envolveu a participação dos colaboradores doutorandos do Grupo de Pesquisa Interconexões (UEPG), que aplicaram seus conhecimentos a fim de descrever e sistematizar informações relativas ao modo de vida (habitar e produzir) com o território. 
  • Especificamente, dos trabalhos conjuntos da equipe formada por uma pós-doutoranda e dois doutorandos do Interconexões, somados aos esforços dos técnicos do projeto USF foi possível coordenar o trabalho de cunho etnográfico , que possibilitou a elaboração do diagnósticos rurais participativos das comunidades beneficiárias, incluindo: mapeamentos participativos dos recursos agroflorestais (capoeirão manejado, quintais agroflorestais e lavouras faxinalenses) de três comunidades rurais: duas comunidades faxinalenses (Sete Saltos de Baixo e Marmeleiro de Baixo) e duas comunidades remanescentes de faxinais (CRF): Sete Saltos de Cima e Palmital dos Pretos, na região serrana de Itaiacoca, município de Ponta Grossa e no Município de Rebouças, Paraná.
  • A produção de cartilha sobre patrimônio material e imaterial dos modos de produzir habitar e habitar, visando a formação de organizações de controle social. a cartilha sistematiza informações sistematizadas em diagramas e calendários da organização social e econômica (estratégias de manejo e uso dos recursos florestais frente as capacidade produtivas); principais produtos agrossilvipecuários e receitas de alimentos das famílias; levantamentos etnobotânicos na agrofloresta do criadouro comunitário e dos capoeiras manejados; 




1.3 ESTÍMULO À IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS AGROECOLÓGICOS (SAFS) E RESGATE DA AGROBIODIVERSIDADE REGIONAL.
  • O projeto USF, em parceria com o projeto “Das Territorialidades Tradicionais às Territorializações da Agroecologia: Saberes, Práticas e Políticas de Natureza em Comunidades Rurais Tradicionais do Paraná” (Edital CNPq Universal, 2017), com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Centro de Educação e Treinamento em Agroecologia (CETA)- promoveu a implantação de SAFs de base ecológica em onze estabelecimentos familiares da região de Itaiacoca (localizada entre os município de Ponta Grossa e Campo Lago). Para tanto, esta ação incluiu as atividades de plantio de mudas de árvores nativas e de sementes crioulas de culturas de lavoura temporária em glebas de estabelecimentos familiares. Esta ação também possibilitou a formação de um Banco de Sementes da Agrobiodiversidade Regional e a construção da Estufa para produção de mudas de árvores nativas e reprodução de sementes de cultivos temporários.

1.4 ESTÍMULO À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS ALTERNATIVOS DE COMERCIALIZAÇÃO: PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS E EVENTOS REGIONAIS;
Esta Ação resultou de cooperações entre entre Organizações Sociais e Comunidades Tradicionais para a divulgação da marca em feiras, oficinas de capacitação e eventos acadêmicos. Estiveram envolvidos nessa parceria as seguintes organização sociais regionais: Casa Latino-americana (CASLA); a Associação Solidária de Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) e as comunidades beneficiárias; O Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP), Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA); a ASPTA e as comunidades beneficiárias deste Projeto.


1.5 ELENCO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DA AGROFLORESTA E POSSÍVEIS TECNOLOGIAS DE PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS AGROFLORESTAIS ECOLÓGICOS E OFICINAS DE CAPACITAÇÃO SOCIOTÉCNICA EM BENEFICIAMENTO DE ALIMENTOS PROVINDOS AGROFLORESTA FAXINALENSE; 





1.6 BENEFÍCIOS IDENTIFICADOS NO PERÍODO
  • Valorização do modo de vida de comunidades faxinalenses por meio da divulgação de sua cultura, tradição, saberes, organização social, entre outros. grande aceitação dos povos tradicionais da universidade na comunidade;
  • Envolvimento de parceiros institucionais externos a universidade durante o período;
  • Adesão de novos projetos concomitantes ao projeto selo socioambiental “produtos da agrofloresta faxinalense”, como o “Programa UNItinerante: Universidade Itinerante dos Direitos Humanos, da Natureza, pela Paz e pelo Bem Viver (https://parlamentounitinerante.blogspot.com), “Das Territorialidades Tradicionais à territorialização da agroecologia em comunidades rurais tradicionais do Paraná” (CNPq, Universal 2016 Projeto “Das territorialidades tradicionais às territorializações da agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em comunidades rurais tradicionais do Paraná” (CNPq.Universal 01/2016), Processo n. 431468/2016-8, Vigência: 09/08/2020).( http://terrasagroecologicas.blogspot.com).
  • Desenvolvimento de pesquisas em nível de doutorado focados no desenvolvimento ecoturismo nas comunidades beneficiárias e projeto de implementação da agrofloresta nas comunidades tradicionais (em parceria com recursos de projetos aprovados pela CNPq, coordenados pelo prof. Coordenador do presente projeto USF);
  • Publicações de pesquisas nas áreas de direitos humanos, educação e demais setores sociais, históricos e culturais: 
    1. TOMASI, T. A.; PEREIRA, R.; FLORIANI, N. (Org.). Saberes-fazeres das comunidades tradicionais e rurais da Estrada da Lomba – Paraná (Itaiacoca/Ponta Grossa- Três Córregos/ Campo Largo). 54 p. EdUEPG: No prelo.
    2. FLORIANI, D.; FLORIANI, N. Ecologia das práticas e dos saberes para o desenvolvimento local: Territórios de Autonomia Socioambiental em algumas comunidades tradicionais do sul do Estado do Paraná, Brasil. (Artigo). REVISTA POLIS: NO PRELO.

1.7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Em termos teóricos, o projeto de extensão permitiu a produção laços interconectados e dependentes de cooperação - Redes - entre atores sociais (comunidades, academia, agentes públicos, e organizações sociais). Tais redes organizadas de relações sociais podem ser consideradas como sistemas socioespaciais complexos produtores de emergências - qualidades, de acordo com as diferentes tipos de racionalidades (mais econômica e/ou mais substantiva), graus de interação (fraca à intensa), em diferentes escalas de atuação (local à regional), promovendo e gerando ações capazes de permitir a reprodução social e cultural de coletividades e instituições envolvidas na Rede, isto é, capitais socioterritoriais capazes de projetar e produzir esforços para gerar novas realidades e propriedades emergentes (ex. Novos Arranjos Institucionais): fala-se em desenvolvimento do sistema complexo e seus componentes respeitando-se os princípios do metaequilíbrio, evitando-se com isso a entropia do sistema quando da sobreposição ou dominação de um dos seus atributos (qualidades).
Nesse sentido, a importância do Projeto USF Selo Faxinalense residiu no incentivo ao desenvolvimento das seguintes ações, traduzidas em termos de produtos e processos sociais: 
  1. Criação de Redes de cooperação entre atores sociais regionais; 
  2. Incentivo e Fortalecimento ao Protagonismo comunitário; 
  3. Capacitação Técnica das Famílias Beneficiárias;
  4. Incentivo à Reprodução da Agrobiodiversidade Local;
  5. Sistematização de Informações sobre os Saberes, Práticas e Produtos Patrimoniais Locais.
No que tange à viabilização de Novos Arranjos Institucionais (emergências) destacam-se as seguintes iniciativas produzidas pela criação de redes de cooperação entre atores sociais regionais que permitiu o acesso das comunidades a outros projetos (acadêmico-extensionistas) e políticas públicas iniciais de incentivo à comercialização:
  • A inclusão das comunidades beneficiárias no Programa Extensionista UNitinerante (CASLA-SETI, 2019) que permitiu a ampliação das interações positivas entre as comunidades beneficiárias e o e atores sociais regionais. Em reunião da comissão acadêmica do Parlamento Unitinerante de Irati, no dia 12 de novembro de 2019, o Parlamento Unitinerante, representado pela Preferitura Municipal de Irati, do Programa, o Potgrmaa de Pós-graduação em Desenvolvimento Comunitário (UNicentro-Irati), A Casa Latino-ameriana, o Programa de Meo Ambiente e Desenvovliemto (MADE-UFPR) o Grupo de Pesquisa Interconexões (UEPG), traçaram estartégias conjuntas para, a partir da chamada pública da SRTI, viabilizar projetos conjuntos de desenvolvimento do Selo Faxinalensse, dando continuidade ao projeto mas atuais comunidades beneficiárias pela Programa USF, ampliando sua abrangência para o Faxinal dos Betim (Município e Imbaú (faxinal dos Betim). 
  • diálogo com Poder Público Municipal (prefeituras de Ponta Grossa e Rebouças) para o acesso a circuitos de comercialização em Feiras nas sedes urbanas dos municípios. Destaca-se que em houve interação efetiva como a Secretaria de Agricultura de Rebouças (disponibilização de transporte e local para realização de ofcinas e custeio para utilização de estande em feira regional) , ao passo que a Secretaria de Agricultura de Ponta Grossa a interação possibilitou iniciar o processo de negociação para a inclusão dos produtos faxinasses na feira de agricultores orgânicos da cidade.
  • O diálogo com outras Instituições de Ensino Superior (UNICENTRO-Irati e IFPR-Irati) para o acesso futuro à ações de capacitação técnica em agroecologia e a circuitos de comercialização.
  • O diálogo com outras Organizações Sociais regionais (Instituto Equipe de Educadores Populares de Irati e Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa - ASPTA) que possibilitou o acesso a circuitos alternativos de comercialização (Feira Regional de Trocas de Saberes e Sementes Crioulas);
Destaca-se ademais que o projeto possibilitou um salto qualitativo em termos de reconhecimento de sua importância junto ao movimento social faxinalense (Articulação Puxirão de Povos Faxinalenses): em reunião ordinária do Conselho Estadual de Povos Indígenas e Populações Tradicionais do Paraná (CIPCT) de 28 e 29 de novembro de 2019, o representante da APPF mostrou o reconhecimento e o  interesse do movimento social em Projeto em conhecer o Projeto Selo da Agrofloresta FAxinalense. Contudo, o representante mostrou-se preocupado com a forma (protocolo) de consulta às associações comunitária, pois de acordo com o referido representante algumas comunidades não possuem convergência em termos de objetivos e princípio com o movimento social e o Projeto do Selo, uma vez consentido pela comunidade, poderia aumentar a tensão entre as comunidades e a  direção do Movimento.
As iniciativas acima destacadas, foram responsáveis em seu conjunto pela promoção de novas lideranças comunitárias e a consolidação de redes de cooperação, possibilitando, por um lado, o acesso às instância formais promotoras de Políticas Públicas ligadas à extensão agroecológica e de acesso à circuitos alternativos de comercialização (Secretarias Municipais e Instituições e Ensino Superior). 
Por outro lado e não obstante esses aspectos positivos e/ou negativos, a importância maior deste projeto residiu no incentivo à reprodução de práticas Agroflorestais (floresta, quintais e lavouras faxinalenses) e do modo de viver tradicionais em base à páricas educativas informais em agroecológia, como dispositivo promotor da qualidade dos alimentos faxinalenses, dado que no projeto anterior foram apontados problemas decorrentes da falta de capacitação técnica em beneficiamento de produtos e da falta de um sistema de garantia da qualidade do processo produtivo. 
Portanto, enquanto projeto-piloto, esta iniciativa mostra e aponta para potencialidades na promoção de nichos mercadológicos que possam gerar renda (complementar ou integralmente) a partir da valorização de prática e saberes patrimoniais reproduzidos na região em base à construção participativa de práticas agroecológicas educativas, trazendo com isso possibilidades de desenvolvimento local em base e valores socialmente e culturalmente arraigados e ecologicamente sustentáveis.