As atividades de campo realizadas na comunidade caiçara ao longo da primeira fase do projeto, sob coordenação do Prof. Dr. Márcio Haliski (IFPR), que desenvolveu seu estágio de Pós-Doutoramento sob supervisão do Prof. Nicolas e tendo como recorte espacial a respectiva comunidade inseriram-se no uso de metodologias participativas que resultou em ações concretas, como a reativação da associação de moradores e a construção do selo “Guaraguaçu Caiçara”.
O selo simboliza o resgate da cultura caiçara, a partir da compreensão da comunidade sobre questões de autorreconhecimento, e tem como objetivo caracterizar os produtos e serviços realizados naquela região e organizados a partir de compromissos assumidos, buscando uma nova relação de confiança entre produtores e consumidores e valorizando a cultura local.
O café da dona Conceição, local que sediou o encontro, é um exemplo prático do uso do selo “Guaraguaçu Caiçara”, lá são ofertados serviços de alimentação com a confiança de um produto de qualidade e resgate dos saberes e receitas tradicionais.
Para 2019 a equipe do Prof. Haliski pretende focar suas atividades no turismo de base comunitária com rotas de passeios e camping, assim como alimentação tradicional através do projeto Sabores e Saberes, desenvolvendo receitas típicas.
Na região de Ponta Grossa, as atividades de campo coordenadas pela Profª. Drª. Tanize Tomasi (Pós-doutoranda do PPG-UEPG) e Prof. Doutorando Renato Pereira realizadas ao longo do ano de 2018 proporcionaram uma articulação entre Três comunidades: Sete Saltos de Baixo (faxinal), Palmital dos Pretos (quilombo) e Sete Saltos de Cima (Comunidade rural). Devido à proximidade de seus territórios e relações pessoais entre os sujeitos das comunidades surgiu a proposta de trabalhar em rede.
Portanto a Rede SAPE (Saberes agroecológicos de permanência), como foi batizada, está em processo de estruturação e já conta com a participação de 13 famílias.
Para formalização da rede a comunidade considerou mais interessante se regulamentar via Organização de Controle Social (OCS) que permite a venda direta dos excedentes de produção, sendo que a transição agroecológica, neste caso, pode durar até 4 anos.
Para 2019, o planejamento é dar início a construção das OCS e a transição agroecológica, com atividades de melhoramento dos agroecossistemas, infraestrutura, orientação e capacitação dos agricultores da Rede. Além disso, está previsto a instalação de uma estufa de mudas, um banco de sementes, um minhocário e o plantio de mudas nativas (estas serão cedidas pelo Iap – pela parceria e colaboração da servidora Margit Hauer nas atividades desenvolvidas pelo GP Interconexões) através dos mutirões.
A terceira equipe atua no Projeto de Extensão na estruturação do Selo Faxinalense no município de Rebouças: Faxinal Saltos e Marmeleiro de Baixo. Esse projeto que está em fase inicial aproveitou o encontro para levantar questões sobre identidade e metodologias participativas que fomentem a organização comunitária e a busca por reconhecimento enquanto comunidade tradicional.
O encontro foi encerrado com debates e reflexões sobre os trabalhos já realizados e as perspectivas para as próximas etapas que serão desenvolvidas nas comunidades pelas três equipes do Grupo de Pesquisa Interconexões-UEPG.
Por Fernanda Paes Arruda – Técnica/Engenheira de Alimentos do Projeto de Extensão Selo Faxinalense
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